sábado, 20 de junho de 2009

Metamorfose


Metamorfose: de lagarta à borboleta alçando vôos.
Por Adma Pillar.

Quantas vezes, ao entrarmos num supermercado ou loja, nos deparamos com embalagens bonitas, bem elaboradas, construídas com o objetivo de chamar a atenção do consumidor , fazendo-o comprar sem se importar com o conteúdo.E quantas e quantas vezes, nos decepcionamos ao constatar que o conteúdo não condizia com a embalagem. Isto aplica-se também à vida em sociedade na qual vivemos.As relações do mundo contemporâneo estão embasadas, em sua maioria, nas aparências, até na busca pelo espaço no mercado de trabalho isso se faz pungente, muitas vezes um currículo grandioso é deixado de lado em detrimento do aspecto físico do candidato.Rotineiro, vimos isso todos os dias, em todos os momentos.
Há poucos dias um fato marcante mobilizou o mundo. Susan Boyle, participante do maior programa de calouros do mundo o “Britains’of got Talent”, surpreendeu por seu talento inquestionável.Susan, 47 anos, uma mulher feia para os padrões de beleza impostos, desempregada, humilde e até certo ponto ingênua, foi motivo de risos e escárnio. A sociedade rejeita e discrimina tudo àquilo que foge dos padrões e não lhe é agradável aos olhos. Basearam-se na aparência de uma embalagem “mal-acabada”, digamos assim e surpreenderam-se assustadoramente quando , ela, Susan Boyle começou e entoar as primeiras notas de uma canção marcante “ I dreamed a dream”, afirmando ela que queria ser como Elaine Paige. O “patinho feio” começou a crescer, um rouxinol saía do som de sua voz incrivelmente doce e suave, que fazia bem e tocava o coração de quem a ouvia.Um ritmo insuperável, raro, segundo especialistas na área. Levou, não só os jurados (eles, os que foram críticos e absurdamente sarcásticos) e a platéia ao delírio, foi ovacionada pelo dom divino que carrega dentro de si. Virou sensação.
Existem momentos em que a vida nos convida a adormecer para o óbvio, e que entra pelos olhos superficialmente, e nos intima a despertarmos para a espiritualidade, para a essência, para a amplidão que o ser humano representa. Não podemos esperar que a morte nos alcance para que nos ensine que a vida não se resume num punhado de matéria que entrará em decomposição, é só questão de tempo. Precisamos aprender, absorver e aplicar no convívio diário, na “ARTE DA CONVIVÊNCIA”, que o “HOMEM” é mais, muitíssimo mais que àquilo que nossos olhos alcançam.
De uma lagarta rastejante e asquerosa, brota uma borboleta que pousa e aspira o perfume mais intenso de cada flor, que bate asas e voa, se embrenhando em lindas florestas e inalcançáveis jardins.Assim foi com Susan Boyle, porque exatamente como as borboletas, ela voou.


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